Dor de cabeça e o uso de analgésicos
15/08/2017
A dor de cabeça, também chamada cefaleia, é um sintoma extremamente comum. Estima-se que perto de 95% das pessoas terão ao menos um episódio de dor de cabeça ao longo da vida.
Por outro lado, o conhecimento geral permite qualquer cidadão a fazer uso de medicações contra a dor com facilidade, o que nos remete à preocupação com o uso indiscriminado de analgésicos e anti-inflamatórios.
De uma maneira geral, dividimos as cefaleias em dois grupos. São chamadas secundárias quando são causadas por alguma doença, como por exemplo sinusite, meningite, sangramentos no cérebro, traumatismos na cabeça, entre outras. As cefaleias são primárias quando não se identifica uma causa externa e, portanto, a cefaleia em si é o sintoma e a doença de base.
A avaliação do neurologista é imprescindível para diferenciar estes grupos e tomar as medidas necessárias para investigação e tratamento adequados.
Quando falamos em cefaleias primárias, que são a maioria, uma parcela desta população terá não só um ou dois episódios, mas crises repetidas de dor de cabeça, muitas vezes tão fortes que chegam a impossibilitar que o indivíduo exercite suas atividades normalmente, com idas frequentes ao pronto-socorro para alívio da dor. Às vezes a dor é suportável, porém ocorre em uma frequência tão alta que diminuem a qualidade de vida enormemente.
É prática comum que ao sentir algum tipo de dor, o paciente tenha iniciativa de tomar um analgésico ou anti-inflamatório por conta própria. Quem tem enxaqueca, por exemplo, sabe como é desesperador ter uma dor de forte intensidade que perdura por horas, às vezes tomando vários comprimidos no mesmo dia.
O que pouca gente sabe é que o uso indiscriminado de analgésicos e anti-inflamatórios pode agravar o quadro, tornando a dor de cabeça mais frequente, possibilitando a maior chance de desenvolver efeitos adversos e dificultando o tratamento deste paciente.
É comum no dia a dia do consultório se deparar com indivíduos que tem queixa de dor quase diária, com um consumo excessivo de medicações sintomáticas e que acabam evoluindo com outros sintomas como irritabilidade, dificuldade para dormir e dificuldade de concentração, muito provavelmente relacionados a dor crônica.
Importante saber que mesmo nesta fase existe tratamento, sendo possível restaurar a qualidade de vida do indivíduo. Mais importante é saber evitar que se chegue a este ponto, procurando o médico precocemente antes que ocorra um abuso de medicações e principalmente mantendo uma rotina saudável.
A prática regular de exercício físico, uma alimentação balanceada e um sono reparador são as melhores armas para prevenção de dor crônica. Tornar a atividade física parte da sua rotina é sem dúvida a melhor recomendação que eu posso transmitir.
Natália De Luca
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